De início Controle Absoluto não parece, mas é uma história de ficção científica num filme concebido e produzido por Steven Spielberg. O pano de fundo é a luta contra a ameaça terrorista e se inicia com um ataque de mísseis operado por satélites a um lugar parecido com o Afeganistão. O alvo é um líder que parece Osama Bin Laden, mas que nem é terrorista. E que ao ser assassinado desperta uma onda de ataques vingativos de muçulmanos. Mas o protagonista é um "joão-ninguém" que trabalha numa copiadora e que começa a ser perseguido como se fosse um homem bomba. Em lugar de um galã, Spielberg escalou Shia LaBeouf, que tem a aparência de um jovem comum. Porque ele se revela um herói tipo Winston Smith, do clássico 1984, em confronto com o Grande Irmão, que possuía aquele Controle Absoluto do título. Neste filme, como não podia deixar de ser nos dias de hoje, esse olho que tudo vê e tudo sabe é um supercomputador, um pouco como o HAL, de 2001 Uma Odisséia no Espaço. E muito como aquele criado por Frederic Brown – para o conto mais clássico ainda, de 1954, chamado Resposta – um computador tão poderoso que, ao lhe perguntarem se Deus existe, responde "agora existe". O mais interessante de Controle Absoluto é a fábula política montada por Spielberg cuja "moral" é: se houvesse mesmo uma lógica na democracia americana, um governo sustentado pela paranóia mereceria ser deposto. LUCIANO RAMOS
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